Clareira

Como havia acabado de chegar na Ilha Gawwa, decidi explorar o local. Segui algumas placas e acabei chegando numa clareira, onde me deitei embaixo de uma árvore e fiquei me lembrando da vila élfica onde cresci.

Após algum tempo, decidi ver outros locais da ilha, a fim de me habituar com o ambiente. Me levantei e fui em direção à cachoeira...


[Encerrado]

Acabo de sair da aula de dramatização e vou em direção à clareira, o único lugar dessa ilha aonde consegui me sentir em paz...
Sento-me à sombra de uma árvore e assovio uma cantiga elfica que eu me recordo, tentando me lembrar de minha família e amigos, sempre evitando as péssimas lembranças que alguns elfos bairristas e preconceituosos me faziam sofrer...

ao sair do teatro, na volta para casa.. decido passar pela floresta...

Quando vou me aproximando, vejo um homem, que não me era estranho e de repente.. como uma mensagem dos deuses... me recordo que é o homem que me salvou de Akasha...

Aproximo e falo:

"Opa, bom rapaz... o que fazer? Lembras de mim?"

O primeiro lugar que me deu a ir foi aquela floresta... Entrei ali com cuidado para que ninguém me ouvisse, e derrepente ouvi uma musica conhecida...
Parei atrás da arvore de onde estava vindo essa musica e fiquei observando para ao ver que havia mais alguém ali...
Era mesmo ele?
me perguntei confusa, não conseguia ver quem era da onde eu estava... mas ja tinha quase certeza de que quem estava assoviando era Itharali

Vejo o rapaz que salvei de um ser sugador de sangue se aproximar. Ele me comprimenta e pergunta se lembro dele.

"Sim, me recordo." digo, meio tímido

O quê aquele ser maligno queria com ele? Acho que ele será a pessoa certa para que eu descubra isso...

"Olha.. que bom que recordas de mim... mas, acho que não me apresentei... me chamo Antônio, mas todos me chamam de Toin.... e seu nome? qual é?"


Será que eu estava sendo intrometido demais, como não sabia.. pergunto e logo abaixo a cabela!

Sim era ele!
Não confundiria sua voz...
Assoviei imitando um som que costumava-mos fazer e fiquei ouvindo a conversa deles... Não sabia se era seguro aproximar-me

O rapaz se apressentou para mim, e julguei que seria o certo a se fazer.

"Itharali é meu nome."

Nesse momento, ouvi um som familiar, que somente uma pessoa poderia ter feito. Fiquei atônito... Será mesmo que ela estaria aqui?
Sem pensar duas vezes, nem ligar para Antônio que estava iniciando uma conversa gritei:

"NÚRIA??"

Acho o Ith.. Ita... Itha..alguma coisa estranho. Afinal, ele estava conversando comigo e do nada grita o nome de uma mulher... Isso não é bem normal
se bem que havia percebido um assovio delicado e suave...

"Er.. tou indo.. até qualquer dia"

E saio correndo, afinal, preciso dormir muito para me recuperar


ENCERRADO

Vi o outro rapaz se afastar e sai de traz da arvore ainda olhando para o chão, dei dois passos em direção a ele.
- Itharali... - disse baixo e olhei-o feliz por ter alguém conhecido ali

"Núria!" exclamei aliviado... Finalmente alguém conhecido naquele lugar louco...

"Estou tão feliz em te ver..." de fato eu estava. Durante minha curta adolescência eu acabei criando um grande laço de amizade, mas o irmão dela me odiava... Ele era um dos valentões da vila, que sempre implicavam comigo, e também com ela.
Vai ver por isso nos nós identificamos. Ambos eramos "forasteiros" naquela vila...

- E eu de ver-te - sorri baixando os olhos... Mesmo estando em meio a floresta aquilo estava sento estranho pra mim, tirei o cabelo que me havia caido nos olhos e observei o local.
Nunca imaginaria o encontrar nessa ilha...
- Eu não sabia que tinhas vindo para cá

"Sabe como é... O Conselho me obrigou..." agora eu estava bem mais a vontade... "Tenho que 'provar meu valor...', algo assim" ironizei

Mesmo estando em um local tão estranho, a visão daqueles cabelos loiros com um brilho especialmente vermelho fez meu espírito se acalmar.

- Entendo - sorri e me aproximei o abraçando e logo o soltando - Eu sai por todos lá serem completos ignorantes... - disse não o olhando, o todos não se referia a 'todos' , deixei claro isso com o tom de voz que usei.
- Depois que foste embora as coisas pioraram

Ela me abraçou. Me senti em casa de novo. Mas rapidamente me soltou e disse como as coisas ficaram depois que saí da vila. Quando ela disse pioraram pensei exatamente no irmão dela.

"Por acaso foi seu irmão??" disse, com um pouco de culpa na voz.

Nos ultimos anos, eu tinha a defendido do irmão sempre, mas depois que tive que partir, não sabia o que aconteceria...

- Hmm... Er... não falemos nisso... - tentei desviar do assunto - Conta-me do que andaste fazendo por esse tempo...
Fiquei observando o local... Era bem bonito...
Eu não queria falar sobre meu irmão agora...
Ele estava longe! Ainda bem, muito longe e não me encontraria em uma ilha como essa para me reprimir e brigar comigo novamente

Ela deixou bem claro que não queria falar sobre aquele assunto. E não seria eu quem a iria forçar. Não naquele momento, no entanto...

"Tive um desgradavel encontro com uma sugadora de sangue. Acabei salvando o... Antonio..." só nesse momento notei que o rapaz ja havia partido "Mas não sei se posso confiar nele... acho que terei que dividir o quarto com ele, no entanto..."

- Sugadora de sangue? - perguntei espantada, com os olhos arregalados - Mas... mas que dizes? - Agora já não tinha certeza se queria mesmo conhecer todas as espécies aqui de fora...
Fitei-o, apavorada por ele ter estado perto de tal criatura.
- E tu? Estas bem? - chegue perto e virei teu rostos várias vezes procurando alguma marca, ou machucado... Depois dei-me conta do quão ridícula e paranóica estava sendo... parecia a mãe dele...
Mesmo ele sendo maior e mais forte, sempre o tive como alguém que queria proteger...

"Acalme-se, estou bem." tranquilizei-a "Nada me aconteceu."

Mais uma vez me senti em casa, sentido a preocupação de Núria comigo. Ela sempre ficava nervosa quando eu fazia alguma loucura, tipo sair sozinho para caçar, ou enfrentar o irmão dela junto com o grupo de valentões dele.

"Ah, claro. Também tive uma aula de Teatro Grego. A cultura deles é muito interessante. O pouco que vi me deixou fascinado." disse muito empolgado

Sorri
- Eu ainda não me decidi sobre o que vou fazer - disse pensando - Realmente não tenho idéia - gargalhei e lembrei-me que fazia algum tempo que não ria assim...
Afinal não foi tão mal vir

Como era bom ouvir o som da risada dela. Ri junto, pela primeira vez desde que parti.

"Não se preocupe. Você terá tempo para decidir."

Já não sabia mais sobre o que falar. Só a presença de Núria aqui na ilha já me deixava feliz de maneira que não sentia vontade de deixar a clareira e voltar para as possíveis ameaças que a ilha escondia.
Mas já estava anoitecendo...

- Não queres me mostrar aonde é que são as aulas? - perguntei, não queria ficar ali com a noite chegando.
E conhecer o local aonde passaria boa parte do tempo não era nada mal.

"Certo, vamos lá!"

Segurei-a pela mão e disse que a levaria até o anfiteatro, onde tive aulas mais cedo

[Encerrado]